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      Conhecer para preservar. Essas não são apenas palavras. Só podemos amar o que conhecemos e somente preservamos o que amamos. Como preservar uma região? Como conhecê-la? Podemos viver em suas terras, visitar seus pontos turísticos, sentir os aromas de suas flores, comer sua comidas típicas. Mesmo assim, como ter acesso a todos seus lugares e como ter uma ideia de sua totalidade? Para isso existem os mapas. Eles são declarações sobre os lugares. Podem nos mostrar as coisas boas e outras que gostaríamos de melhorar nos lugares que vivemos. Este atlas tem esse objetivo. Reunir mapas sobre a região de Foz do Iguaçu e apresentar algumas de suas informações ambientais. Certamente não é um documento completo ou que reuna toda a informação disponível. Entretanto, a partir dos mapas aqui reunidos, podemos ter uma ideia da região de Foz do Iguaçu e, assim, conhecê-la melhor. E quem conhece... Bem, acho que você entendeu.

     Em maior ou menor grau, as principais ameaças à biodiversidade têm em comum alguma relação com ações humanas em suas diversas escalas de atuação. Wilson (2012) denomina de “quatro insensatos cavaleiros do apocalipse ambiental” à caça desmesurada, a destruição de hábitats, a competição com espécies invasoras e as doenças transmitidas pelas espécies exóticas.

     Segundo Barlow et al. (2016) os dois tipos principais de perturbações antropogênicas na paisagem com efeitos sobre a biodiversidade são (a) o próprio desflorestamento com redução da área de florestas, isolamento de manchas e efeitos de borda nos remanescentes e (b) perturbações internas aos remanescentes como incêndios e corte seletivo que induzem às mudanças na estrutura da floresta e na composição de espécies. Os autores citados consideram que embora medidas de combate ao desflorestamento possam limitar as perturbações na paisagem, elas raramente consideram a configuração espacial dos remanescentes florestais ou buscam reduzir as perturbações internas aos remanescentes; e uma vez que o desflorestamento ocorreu, perdas maiores de biodiversidade podem ser minimizadas ao investir na recuperação florestal para ampliar a conectividade e proteger os remanescentes dos efeitos de borda.

     Dean (1996) traça o histórico da destruição do bioma Mata Atlântica desde seu início com a agricultura de coivara praticada pelos nativos e os primeiros camponeses, passando pela ampla devastação causada pela expansão das monoculturas de cana-de-açúcar e café, até os efeitos recentes da agroindústria, da silvicultura e da construção de uma séria de usinas hidrelétricas nos principais rios que drenam as terras do bioma. O histórico recente da destruição da Mata Atlântica no oeste e norte do Paraná, descrito por Dean (1996), tem início com a atuação de companhias de terra que vendia lotes rurais para expansão do café durante o século XX. A exploração da madeira era uma atividade importante com cerca de 18.000 m³/ano sendo carreadas pelo porto fluvial de Foz do Iguaçu (Dean, 1996). O citado autor também destaca que além do corte raso, para produção de madeira e implantação de áreas agrícolas é frequente o desbaste seletivo de madeiras de lei dentro dos remanescentes. Durante as atividades de campo dentro do Parque Nacional do Iguaçu (PNI) foi possível verificar que essa ação ainda perdura tanto para madeira e, principalmente, para o palmito nativo (Euterpe edulis).

     Além do papel como ameaça à biodiversidade, a devastação da Mata Atlântica e sua substituição por agricultura e pastagens desempenhou outro papel como fonte de gases do efeito estufa, em especial do CO2 emitido pela queima da floresta e pela degradação do Carbono Orgânico no Solo (COS). Em uma análise global do papel da conversão de terras para usos agrícolas e pastagens, Ruddiman (2015) destaca que a revolução agrícola em seu início pode ter sido responsável por alterações no balanço geoquímico global de CO2 e CH4 por meio da deflorestação, da criação de gado e cultivos irrigados.

     Este atlas é fruto do projeto de iniciação científica de Vinicius Fernandes de Oliveira e apresenta dados coletados em órgãos oficiais e outros gerados pelo projeto de pesquisa "Estudo da dinâmica espacial-temporal dos usos das terras da paisagem de Foz do Iguaçu/PR e suas relações com a estrutura da vegetação e estoque de carbono no solo em fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual." financiado pelo CNPq (processo nº 446.387/2014-2).

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